Amanda
Spoladori Simon
2ª série do ensino Médio da EEEFM
Gisela Salloker Fayet
Ana
Paula Tschaen Tonoli
2ª série do ensino Médio da EEEFM
Gisela Salloker Fayet
Marilaine
Bickel
2ª série do ensino Médio da EEEFM
Gisela Salloker Fayet
Denílson
Aparecido Garcia
Professor orientador – Química - Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Gisela Salloker Fayet.
Contato: debiologo@gmail.com
RESUMO
A sustentabilidade entre os
proprietários rurais e produtores de aguardente em Paraju, pode ser
desenvolvida por meio de conscientização e manejos simples. A hipótese de
trabalho é que se os produtores de aguardente da região compreenderem a
importância social e ambiental que tem em torno do manejo e destino correto do
vinhoto produzido em seus alambiques, e aliado a isto, forem estabelecidas
parcerias com os agricultores rurais, a região de Paraju estará dando um grande
passo para uma produção econômica sustentável. Pretende-se demonstrar que os resíduos
que hoje contaminam o solo e mananciais, pode ser transformado em fertilizantes
e utilizados nas lavouras, por meio de métodos próprios substituindo a adubação mineral.
INTRODUÇÃO
O vinhoto constitui-se num dos grandes
problemas para o Plano Nacional do Álcool. Constitui-se em um resíduo
proveniente da produção do álcool, na proporção média de 13 litros de vinhoto para
1 de álcool, apresenta-se com uma demanda bioquímica de oxigênio (DBO) de cerca
de 30000 ppm, contendo, portanto, ainda grande quantidade de matéria orgânica
passível de ser oxidada. Quando direcionada aos rios, retira destes o oxigênio
livre, causando grandes prejuízos para a flora e fauna aquáticas circunvizinhas
e para a utilização das águas. (SENA, 1998; KIEHL, 1985).
A fim de se eliminar a carga poluidora
desse rejeito, vários tratamentos ou procedimentos foram propostos e estão
sendo estudados. Dentre eles destacaremos a
utilização do vinhoto,in natura, como fertilizante.
O distrito de Paraju-ES se destaca
na produção especializada de cachaça.
Essa produção decorre com qualidade e de forma artesanal. Nos últimos tempos
vem ganhando espaço no mercado, tanto pelas suas tradições como também na
cultura e na produção, o que torna este produto tão especial e valorizado. Para
que a produção de cachaça continue a ser bom negócio, e se enquadre nos
preceitos de sustentabilidade, sugere-se que o produtor adote medidas de
reaproveitamento dos resíduos assim como citado acima. Visando a fertilização
do solo de sua lavoura.
Há de considerar que o vinhoto em sua
constituição possui elementos como o fósforo, nitrogênio e potássio, que são fundamentais
em um solo fértil. Toda essa matéria orgânica poderá se constituir em aumento
da produtividade agrícola ao influenciar s propriedades
físico-químico-biológicas do solo (SILVA et al., 2007).
No momento em que a matéria orgânica contida na
vinhaça é incorporada ao solo, ela é colonizada por fungos, os quais a
transformam em húmus, neutralizando a acidez do meio preparando, deste modo, o
caminho para proliferação bacteriana; assim, quando adicionada como
fertilizante, favorece também o desenvolvimento desses microrganismos os quais
atuam na mineralização e imobilização do nitrogênio e na sua nitrificação,
desnitrificação e fixação biológica, bem como de microrganismos participantes
dos ciclos biogeoquímicos de outros elementos(SILVA et al., 2007).
Por outro lado é comum o uso de
aditivos químicos que fertilizam a lavoura com o objetivo de garantia de uma
boa produtividade. Tais aditivos, os adubos, têm um alto valor comercial e
representam um grande gasto para os pequenos produtores. O que se vê também é o
fato de que poucas pesquisas e incentivos são feitos na direção de amenizar
esta situação, até porque, há interesses de grandes empresas envolvidos no
processo.
Sendo assim, a proposta de usar o
vinhoto produzido na região, poderá solucionar dois problemas: a contaminação
do solo e mananciais e reduzirá despesas, gerando renda aos pequenos
agricultores com base em um aproveitamento racional de recursos, permitindo
atender com muito mais eficiência aos requisitos da legislação de controle da
poluição.
JUSTIFICATIVA E
MOTIVAÇÃO
De acordo com a publicação da UNESCO: Ciência, Ética e Sustentabilidade Desafio ao novo século de Bursztyn (2001), nos fins do século XX, em virtude da constatação de que o
desenvolvimento almejado pelo Brasil não foi alcançado, surge uma nova
concepção que está mexendo com as nações mais pobres principalmente: o
desenvolvimento sustentável. Tal concepção surge da impossibilidade de se
manter um sistema de desenvolvimento semelhante ao das nações mais ricas e tem
como meta o sustento humano e a capacidade solidária com a biosfera.
A idéia da sustentabilidade precisa ser difundida, ampliada e
aplicada em todos os lugares possíveis. Cada lugar do nosso país precisa se
conhecer melhor, analisar suas atividades e estudar um caminho que promova o
seu crescimento econômico, a diminuição da pobreza e a manutenção do meio
ambiente. Desta forma, ao analisar a região de Paraju, percebeu-se a existência
de um número razoável de produtores de aguardente e consequentemente do resíduo
deixado por esta atividade.
Assim sendo, após algumas leituras e
estudos notamos que ouso agrícola da vinhaça e os seus benefícios ao solo são
indiscutíveis e constatáveis, tanto do ponto de vista sustentável, como do
ponto de vista econômico e social. Incluem-se a diminuição de fertilizantes um
material altamente poluente que pode causar aos cursos d’água superficiais
(rios, lagos, nascentes e várzeas) e ao lençol freático através da percolação
até as águas subterrâneas. Com esta preocupação apontaremos alternativas para diminuir
a carga orgânica desse resíduo a vinhaça, sendo possível reutiliza-la na
fertirrigação com um menor risco de dano à natureza (SENA, 2004).
Optamos pela questão do vinhoto e sua
relação com o meio ambiente, por ser uma dificuldade que encontramos no dia a
dia em nossa região, um problema que podemos transformar em solução e também em
renda extra para os proprietários das destilarias.
Vale ressaltar
que a Portaria no. 323/78 do MINTER (Ministério do Interior) proíbe o
lançamento do vinhoto em qualquer curso d’ água a Lei 9.605 de fevereiro de
1998, nos seus artigos 33 e 54, prevê pena de reclusão de um a quatro anos e
multa para quem praticar tal ato, agora considerado crime ambiental.
Sendo assim,
nossa proposta é promover um manual com orientações para o uso adequado da
vinhaça, sendo possível um destino sustentável a mesma, preservando o meio
ambiente.
OBJETIVO
GERAL
Proporcionar
possibilidades de desenvolver a sustentabilidade entre os proprietários rurais
e produtores de aguardente em Paraju – Domingos Martins ES.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
- Conscientizar os proprietários de destilarias a dar
um tratamento correto aos resíduos de produção do aguardente;
- Conscientizar os produtores rurais a utilizar o
vinhoto como uma forma alternativa de fertilizante para o solo;
- Apresentar vantagens econômicas e ambientais
relacionadas ao manejo proposto;
- Apresentar um manual com orientações de tratamento e
uso do vinhoto como fertilizante;
- Ampliar as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo, com a aplicação do vinhoto tratado;
- Ampliar a mineralização do nitrogênio no solo com a
presença do vinhoto tratado;
- Aumentar da produtividade da lavoura com redução nos
gastos com insumos.
MATERIAIS
E MÉTODOS
A pesquisa
será realizada em alambiques da Região de Paraju Domingos Martins ES. A partir
de análises simples feitas com sobras da vinhaça indicaremos uma substância que servirá como adubo (fertilizante)
para as lavouras em geral.
Além das analises, serão realizadas
entrevistas com funcionários e proprietários de destilarias, para conhecer o destino
atual do vinhoto, estimulando os a adquirir ideia de utilizar esse “poluidor” como um
adubo.
Após, com
dados e pesquisas elaboraremos um manual com orientações de tratamento e uso do
vinhoto como fertilizante, que será distribuído entre os pequenos proprietários
de alambique.
RESULTADOS
ESPERADOS
Com o desenvolvimento do projeto
apresentado, pretende-se alcançar os seguintes resultados:
- Diminuição da poluição das águas
(rios, lagos, córregos, etc.);
- Aumento da renda dos
proprietários de destilarias;
- Reduzir custos de produção dos
lavradores;
- Substituição do fertilizante
comum pelo produzido a partir do vinhoto;
- Novas oportunidades de empregos;
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